Portugal terá uma das idades de reforma mais altas da OCDE e jovens que entram no mercado hoje só se aposentam aos 68 anos
- Felipe Rodrigues

- há 4 dias
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Relatório internacional revela que Portugal ficará entre os países onde os trabalhadores precisarão trabalhar por mais tempo para garantir a pensão completa

Portugal deverá estar entre os países com as idades de reforma mais altas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico nas próximas décadas. A conclusão está no relatório anual “Pensions at a Glance”, que significa “Panorama das Pensões”. Segundo a publicação, um jovem de 22 anos que entra hoje no mercado de trabalho deverá trabalhar até os 68 anos para ter direito à pensão completa. Isso coloca o país acima da média da OCDE e entre os oito membros com idade futura de reforma mais elevada.
O estudo mostra que, considerando apenas leis já aprovadas, a idade média de reforma entre os países da organização deve aumentar quase dois anos, chegando a 66,4 anos. Metade dos países analisados passará por aumento semelhante, resultado do envelhecimento populacional e da pressão sobre os sistemas previdenciários.
No caso de Portugal, esse crescimento está diretamente ligado à expectativa de vida. A idade normal de acesso à aposentadoria é ajustada anualmente com base na esperança média de vida aos 65 anos. Isso significa que, quanto mais tempo a população viver, mais tarde os trabalhadores poderão se aposentar sem sofrer cortes. Quem decide se aposentar antes enfrenta duas penalizações: redução de 0,5% por cada mês antecipado e aplicação do fator de sustentabilidade, que em 2025 representa um corte de 16,93%.
A projeção da OCDE coloca Portugal ao lado de Reino Unido e Finlândia, todos com idade de reforma prevista aos 68 anos no futuro. Apesar disso, o país está longe do topo da lista. A Dinamarca lidera com previsão de aposentadoria aos 74 anos, seguida pela Estônia com 71 anos, e pelos Países Baixos, Suécia e Itália, que têm projeções de 70 anos. A Eslováquia aparece logo depois, com 69 anos.
O relatório destaca ainda que oito dos países com idades mais elevadas indexam a idade de aposentadoria à expectativa de vida, como ocorre em Portugal. Na Grécia também há essa ligação, mas é possível se aposentar sem penalização com 40 anos de contribuições, o que muda o resultado. Já na Noruega, essa regra deverá ser aplicada futuramente, aumentando a idade de reforma conforme o ganho de longevidade da população.
Outra conclusão da publicação é que as diferenças entre os países tendem a aumentar. Enquanto alguns caminham para idades de reforma acima de 70 anos, outros devem manter limites mais baixos. Colômbia, Luxemburgo e Eslovênia, por exemplo, devem continuar com idade de aposentadoria aos 62 anos.












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