top of page

Portugal está pronto para o novo controle de fronteiras da União Europeia?

Atrasos em aeroportos, críticas da Ryanair e a preparação para o EES levantam dúvidas sobre a prontidão do país

Portugal está de portas abertas para o novo Sistema de Entrada e Saída da União Europeia (EES)? Ao que tudo indica, ainda há muito a ser ajustado. Apesar dos esforços para modernizar o controle de fronteiras nos aeroportos, a situação atual tem sido alvo de críticas duras — inclusive por parte de uma das maiores companhias aéreas que operam no país.


Em entrevista publicada nesta terça-feira (11 de junho de 2025) no jornal Diário de Notícias, o diretor de operações da Ryanair, Neal McMahon, classificou Portugal como “o pior país no controlo de fronteiras em toda a Europa”. O executivo foi direto: “As máquinas de controlo de passaportes não estão a funcionar e não há pessoal suficiente”. Segundo ele, isso tem gerado longas filas e prejuízos reais para os passageiros — só nas últimas semanas, 270 passageiros da Ryanair perderam seus voos devido à demora no controlo de passaportes.

Verão à porta, filas imensas e pedidos urgentes


A situação mais crítica tem sido registrada nos aeroportos de Lisboa, Faro e Porto. Passageiros relataram esperas superiores a duas horas apenas para passar pelo controle de passaportes. Um cenário que preocupa a companhia aérea, especialmente com a chegada da alta temporada de verão. A Ryanair estima transportar 13 milhões de passageiros em Portugal ao longo de 2025.


Segundo McMahon, “as longas filas são a primeira impressão das famílias que vêm para Portugal de férias”. A empresa afirma já ter procurado a ANA – Aeroportos de Portugal – pedindo uma solução para os atrasos, mas diz que o problema persiste. Agora, a Ryanair pede que o novo governo português trate o tema como prioridade número um.

“A solução é simples”, afirma a Ryanair


Para o executivo da companhia, o problema é técnico, mas a solução seria operacional: “Se as máquinas não funcionam, põem-se mais polícias a trabalhar. Volta-se ao sistema antigo”, disse. Ele citou países que, em momentos de alta demanda, chegaram a usar o Exército para reforçar os controles.


Apesar da promessa do governo português de que a situação deve ser resolvida em até duas semanas, McMahon mostra ceticismo: “Resolver problemas tecnológicos tende a demorar mais tempo do que se espera. E, francamente, não podemos esperar mais uma semana com passageiros perdendo voos e parte das férias”.


O que é o EES e como isso impacta os brasileiros?


O Sistema de Entrada e Saída (EES) é uma das maiores mudanças nas fronteiras da União Europeia nas últimas décadas. Ele prevê o registro automatizado de todos os cidadãos de países terceiros (fora da UE) que entram e saem do Espaço Schengen, substituindo o tradicional carimbo no passaporte.

O sistema vai coletar:

  • Data e local de entrada e saída;

  • Dados biométricos (impressões digitais e imagem facial);

  • Informações sobre recusas de entrada.


A promessa é maior segurança e agilidade. Mas, na prática, o EES exige investimento tecnológico, infraestrutura adequada e, como estamos vendo em Portugal, capacidade operacional para lidar com falhas e picos de movimento.


Para brasileiros que não precisam de visto de curta duração, o EES será usado em conjunto com o ETIAS (a autorização eletrônica que ainda está prevista para entrar em vigor nos próximos meses). Na prática, isso significa que mesmo quem vem apenas como turista poderá enfrentar filas maiores e um processo mais rigoroso de entrada, especialmente nos aeroportos portugueses.

Portugal está preparado?


Oficialmente, o governo português já afirmou, em diversas ocasiões, que o país está tecnicamente preparado para o EES. No entanto, os relatos diários de atrasos, a reclamação de passageiros e as críticas públicas de uma companhia como a Ryanair mostram que a adaptação ainda está longe de ser concluída.


A entrevista com Neal McMahon deixa clara a urgência: “Se demorar mais de duas semanas, chegamos à temporada de verão, que vai estar realmente movimentada, e isto pode tornar-se um problema significativo.”


Ele encerra com um apelo: “Muitos dos problemas que temos na indústria da aviação são complicados. Mas este é um problema fácil de resolver.”


E o novo aeroporto de Lisboa?


A entrevista também abordou a capacidade dos aeroportos portugueses. Segundo McMahon, o aeroporto do Porto “está cheio” e o de Lisboa está “completamente cheio”. Ele demonstrou insatisfação com a escolha do novo aeroporto em Alcochete, afirmando que o Montijo seria mais eficiente: “Já está construído. Só é preciso um terminal”, disse.

📣 E você? Já passou por longas filas no controle de passaportes em Portugal?

Conta aqui nos comentários como foi sua experiência ao entrar no país recentemente. Você teve que esperar muito? As máquinas estavam funcionando? Vamos trocar informações e ajudar quem vai viajar nos próximos meses!


Ficou com dúvidas? Não se preocupe! Mande sua pergunta aqui nos comentários que eu respondo para você.

E lembre-se: clicando nos links e nos banners que eu indico aqui, você colabora com meu trabalho e me ajuda para que eu possa continuar sempre trazendo boas e novas informações para você. Muito obrigada!



Comentários


bottom of page